Em Alagoas, além da capital, mais da metade dos municípios anunciaram o cancelamento de festas públicas de réveillon e até do Carnaval 2022. 


A nova variante ômicron, que já circula em diversos estados do Brasil, está provocando uma nova mudança no comportamento e alguns setores estão se retraindo e tomando medidas mais duras para evitar a propagação do vírus, que possui alto índice de transmissibilidade. Em Alagoas, além da capital, mais da metade dos municípios anunciaram o cancelamento de festas públicas de réveillon e até do Carnaval 2022.

O CadaMinuto conversou com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Marcius Beltrão, para saber sobre a possibilidade de exigência do “passaporte da vacina” para os turistas que visitam nosso estado, já que estamos entrando em alta temporada.

O titular da pasta comentou que essa é uma decisão que não envolve só a Sedetur, embora defenda o passaporte da vacinação como forma de estímulo para imunização. “O governo de Alagoas, através das secretarias (Sedetur, Secretaria de Saúde e outras) monitora o cenário diante de estudos sobre a nova variante ômicron. O que posso afirmar no momento é que todos os processos vêm sendo avaliados, mas ainda não temos uma decisão sobre adotar ou não o ‘passaporte da vacina’. Além disso, é importante lembrar que protocolos sanitários estão em vigor no estado sendo aplicados nos inúmeros estabelecimentos comerciais”, afirmou Beltrão.

O secretário pontuou ainda que não há como ignorar que o prolongamento da pandemia afeta todas as atividades econômicas e não é diferente no turismo, já que o segmento envolve a circulação de pessoas. Porém, é importante avaliar todo este cenário de forma responsável, para assegurar a saúde pública e a manutenção das atividades econômicas.

Como medida que garante a segurança de todos os envolvidos no segmento, o secretário lembrou que existem protocolos sanitários específicos de prevenção contra o coronavírus em vigor no estado. Trata-se do selo Safe Travels, da WTTC (World Travel & Tourism Council), entidade de turismo internacional que reconhece destinos ao redor do mundo que tenham implementado protocolos sanitários em padrão mundial.

Em Alagoas, estão certificados os municípios de Pilar, Penedo, Maragogi, Porto de Pedras, Piranhas, Japaratinga, Delmiro Gouveia, Marechal Deodoro e Roteiro.

O estado também registra cerca de 1.867 empreendimentos turísticos com o selo do Turismo Responsável do Ministério do Turismo, sendo o primeiro do Nordeste com esse número. As duas certificações levam em consideração a prática de condutas que tragam segurança para turistas, trabalhadores e moradores das regiões turísticas. “Além disso, reforçamos o empenho para que as pessoas se vacinem ajudando a reduzir o processo de contaminação e a circulação dos vírus”, concluiu Március Beltrão.

 ABIH/AL

Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH/AL), Ricardo André Duarte Santos, defende que é possível realizar as festas públicas desde que sejam aplicados determinados protocolos, como o controle de entrada nos espaços de festas e até mesmo a cobrança do passaporte da vacina.

Quanto ao fator econômico, Ricardo disse que é evidente que o cancelamento das festas compromete a dinâmica do setor hoteleiro, que vem em estágio de recuperação.

Como medida de segurança, uma atitude tomada pelo segmento da hotelaria foi a orientação dos associados sobre a importância da imunização. “Outro ponto essencial é a manutenção de todos os protocolos que vêm sendo aplicados desde o começo da pandemia”, explicou o presidente da ABIH/AL.

Quanto ao impacto do cancelamento das festas públicas na capital e em mais de 58 cidades alagoanas, o presidente da ABIH/AL informou que a categoria está apreensiva com as restrições e isso “desanima um pouco”.

O empresário explicou ainda que o forte do setor em Alagoas são as festas privadas de Réveillon e, até o momento, não houve nenhum cancelamento. “Mesmo com as limitações impostas pela nova variante, acredito que teremos bons resultados neste verão”, concluiu.

Festa e segurança

Visitante assídua da capital alagoana, Marcela Messias, funcionária pública natural do Rio de Janeiro, comentou que há muito tempo costuma passar as festas de final de ano em Maceió. “Ano passado, devido às restrições por causa da pandemia, não pude vir e este ano estou animada para romper o ano na beira do mar”, revelou.

A turista carioca, no entanto, disse que, apesar de ser “um pouco frustrante” não ter as festas públicas, o que importa é celebrar a virada de ano de forma segura e perto dos amigos alagoanos. “Se todos nos cuidarmos, essa fase vai passar e poderemos voltar à normalidade”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió para saber a expectativa da pasta para o setor, porém até o fechamento da matéria não obteve resposta.