O material foi encaminhado e analisado no Laboratório de Química Forense do IC. 


Após análises, o Instituto de Criminalística de Alagoas (IC) concluiu nesta sexta-feira, 29, que as prováveis causas da explosão de uma residência ocorrida no município de Ibateguara foram o armazenamento indevido do material explosivo e a instabilidade química de alguns artefatos explosivos encontrados no local.

A assessoria de Comunicação do IC informou que de acordo com o perito criminal Gerard Deokoran, especialista em explosivos do Instituto de Criminalística, amostras de diferentes tipos de artefatos explosivos foram coletadas no local dos exames periciais. O material foi encaminhado e analisado no Laboratório de Química Forense do IC.

“Coletei oito tipos de amostras diferentes que geraram 10 laudos periciais complementares e que serviram de base para a conclusão da perícia de local que constatou o indevido armazenamento. Essas análises mostraram também que havia material explosivo envelhecido que sofreu reação de decomposição, deixando o explosivo mais instável”, afirmou o perito.

Gerarde Deokoran explicou que a primeira resposta da guarnição do Esquadrão de Bombas do Bope de Alagoas, comandada pelo 3° Sargento Wilson Silva foi fundamental para a análise do local. A guarnição conseguiu preservar ao máximo o local para os exames periciais e passou dados referentes à alteração do local, e à natureza da cena de crime à equipe pericial.

“Isso se deve ao treinamento e qualificação dos técnicos explosivistas do Estado que receberam no ano passado instruções da Perícia Oficial sobre procedimentos pós-incidentais em ocorrências com explosivos e preservação de local de crime. Esse alinhamento com o Esquadrão de Bombas BOPE, permite a maior preservação das provas e um trabalho mais técnico das duas instituições”, explicou Deokoran.

A vítima fatal da explosão foi identificada no Instituto de Medicina Legal de Maceió como Joseildo Valdivino da Silva, de 32 anos, ele era o proprietário da residência que guardava irregularmente o material explosivo. O exame cadavérico confirmou que ele morreu por asfixia causada por meio físico-químico decorrente de monóxido de carbono (queimado).

O caso

Uma residência que armazenava fogos de artifício “explodiu” na noite do sábado, 28 de agosto, e o proprietário do imóvel, morreu carbonizado. Para o incêndio, que aconteceu na Rua da Santa, no município de Ibateguara, foram acionados cinco bombeiros militares e duas viaturas.

Segundo informações da assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), ao chegar ao local a guarnição constatou que o fogo estava controlado, embora ainda houvesse focos de incêndio.

Durante o rescaldo com água, os militares encontraram o corpo carbonizado e material pirofórico (aquele mais propenso a combustão espontânea, quando fundidos em contato com água e ar) reiniciando o incêndio e o combate ao fogo.

A guarnição de resgate também esteve presente e após conclusão da ocorrência, deixou a casa fechada, isolada e aos cuidados da Polícia Militar.