Na decisão, a magistrada
destaca a existência de indícios da autoria intelectual do crime nos autos.
O ex-delegado-geral da
Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, se tornou réu por homicídio
qualificado contra o advogado Nudson Haley Mares de Freitas, ocorrido em julho
de 2009. Publicada no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Justiça de
Alagoas desta quinta-feira (2), a decisão de torna-lo réu é da juíza Luana
Cavalcante de Freitas e atende parcialmente a denúncia do Ministério Público de
Alagoas.
Na decisão, a magistrada
destaca a existência de indícios da autoria intelectual do crime nos autos.
Ela, no entanto, não acatou as qualificadoras apontadas pelo MP, a exemplo de
motivação torpe e associação criminosa.
“A denúncia demonstra uma
hipótese delitiva concreta sob a acusação de prática do crime capitulado no
artigo 121, §2º, IV, cujo recurso impossibilitou a defesa da vítima, razão pela
qual recebeu parcialmente a denúncia”. diz um trecho do documento.
Ainda conforme a decisão, o
acusado deve apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias, ocasião em
que poderá arguir preliminares, juntar documentos e alegar tudo que possa
interessar à sua defesa. Luana Cavalcante solicitou também a folha de
antecedentes criminais do denunciado.
O caso
O delegado foi indiciado
pela Polícia Federal em março do ano passado, com autor intelectual no
inquérito que apura o assassinato de Nudson Harley. O alvo do crime seria, na
verdade, o hoje aposentado juiz Marcelo Tadeu.
Na noite do dia 3 de julho
de 2009, o juiz estava com a família no estacionamento de uma farmácia, na
avenida João Davino, na Jatiúca, quando um motociclista parou próximo a Nudson
e efetuou vários disparos contra a vítima.
Citando depoimentos de
testemunhas, interceptações telefônicas, entre outras provas, a PF apontou que o alvo do homicídio - que
teria sido “contratado” pelo delegado -
era o juiz Marcelo Tadeu.
Defesa
Na ocasião, em nota encaminhada à imprensa, Cerqueira entregou o cargo e classificou o indiciamento de “grande injustiça”: “Após 18 anos de carreira policial, tendo exercido diversas funções na segurança pública e enfrentado o crime em todas as suas vertentes, sem nunca ter sido sequer citado em boletim de ocorrência, fui tristemente surpreendido com o envolvimento do meu nome em fatos desconexos com a realidade”.
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