Maranhense de 13 anos faz
grande prova, e é superada apenas por japonesa da mesma idade, Momiji Nishiya.
Funa Nakayama completa o primeiro pódio olímpico do street feminino.
Enquanto toda a arquibancada
se calava no Complexo Ariake, Rayssa Leal dançava. Ao lado da amiga Margielyn
Didal, das Filipinas, parecia não se importar com o que acontecia à volta mesmo
antes da manobra poderia definir seu futuro. Ali, o circuito montado em Tóquio
não se mostrou assim tão diferente da pista de Imperatriz, no Maranhão. Ao
ignorar qualquer pressão, a menina de 13 anos fez história: conquistou prata e
garantiu a segunda medalha para o skate street nas Olimpíadas de Tóquio,
repetindo o resultado de Kelvin Hoefler no domingo.
Rayssa é a atleta mais jovem
da história do Brasil subir ao pódio em Olimpíadas. Aos 13 anos e 203 dias,
bateu de longe o recorde de Rosângela Santos, bronze em Pequim 2008 com 17 anos
no 4x100m do atletismo. Fadinha é, também, a mais jovem brasileira a participar
dos Jogos. A marca anterior era de Talita Rodrigues, nadadora que foi finalista
no 4x100m livre em 1948, nos Jogos de Londres. Na ocasião, tinha 13 anos e 347
dias.
- Eu estou muito feliz,
porque pude representar todas as meninas, a Pamela e a Leticia, que não se
classificaram, todas as meninas do skate e do Brasil. Poder realizar meu sonho
de estar aqui e ganhar uma medalha é muito gratificante. Meu sonho e sonho dos
meus pais - disse a jovem skatista.
O ouro ficou com a japonesa
Momiji Nishiya, também de 13 anos, cinco meses mais velha que Rayssa. A
skatista somou 15,26 na final, à frente dos 14,64 da brasileira. A também
japonesa Funa Nakayama completou a dobradinha da casa no pódio, com 14,49.
O caminho até a prata
Rayssa começou a final com
uma bela primeira volta: emplacou crooked, backside smith, boardslide backside,
frontside feeble, e só errou na última manobra, a mais difícil da sua série.
Recebeu um 2,94, a terceira maior nota de início, atrás da holandesa Roos
Zwetsloot e da japonesa Momiji Nishiya.
O nível subiu na segunda
volta. A bicampeã mundial Aori Nishimura postou um 3,46, e Zwetsloot a seguiu
com uma volta perfeita de 3,80. Rayssa começou bem também, com alguns
boardslides, rockslides e flips. Porém, dois erros diminuíram sua nota para
3,13. Ainda assim, foi o suficiente para impulsioná-la à segunda posição,
graças a uma volta inferior de Nishiya.
Na parte das manobras, a
americana Alexis Sablone abriu com um flip 50 e recebeu um 4,03, maior nota da
final até ali. Zwetsloot respondeu com um feeble grind, que lhe deu um 4,12.
Rayssa errou seu primeiro truque, mas permaneceu no pódio àquela altura.
A chinesa Wenhui Zeng saltou
à segunda posição com um flip e slide que lhe rendeu um 4,93. Rayssa acertou um
flip com um backslide no corrimão, mas como se apoiou com as mãos para não
cair, sua nota ficou em 3,91, que a recolocou na vice-liderança. A japonesa
Funa Nakayama veio em seguida com um frontside crooked slide e recebeu a maior
nota da final, 5,00, ultrapassando a brasileira e a jogando para terceiro
lugar.
Alexis Sablone voltou a
aprontar com um flip boardslide e, com 5,01, foi para a liderança. Mas Rayssa
respondeu com um frontside crooked que valeu 4,21 e a impulsionou à primeira
posição.
As principais concorrentes
de Rayssa erraram na quarta manobra. Não a Fadinha: um slide no backside
perfeito valeu 3,39 e jogou sua nota geral para 14,64. Mas aí, veio a japonesa
Momiji Nishiya, que fez uma manobra ainda mais difícil e, com 4,66, somou 14,74
e tomou a liderança. Funa Nakayama acertou um frontside crooked de 4,20 e pegou
a terceira posição, com 14,49.
A decisão ficou para a
última manobra. Com os erros de Nishimura, Sablone e Zwetsloot, o pódio de
Rayssa ficou garantido. Ela precisava de 3,24 para tomar a liderança, mas caiu
na saída do slide. No fim, com um novo erro de Nishimura, a brasileira fez a
festa ao garantir a prata.
Fonte: Globo Esporte.
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