Inaugurada
em 06 de julho de 2020, unidade conta com 340 profissionais de saúde e
disponibiliza 55 leitos, sendo 10 de UTI.
O
Hospital Regional do Norte (HRN) foi inaugurado há um ano para assegurar
assistência qualificada aos moradores do Litoral Norte de Alagoas. Localizado
no município de Porto Calvo, atualmente a unidade hospitalar funciona
exclusivamente para atender pacientes diagnosticados com a Covid-19 e, desde a
sua abertura, no dia 6 de julho de 2020, já recuperou 306 pessoas que se
infectaram com o novo coronavírus.
Construído
pelo Governo de Alagoas, por meio Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), como
unidade integrante do Programa de Regional da Saúde em Alagoas, o HRN conta com
55 leitos para internação, sendo 45 Clínicos e 10 de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Na unidade, atuam 340 profissionais, entre médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais,
técnicos de enfermagem, pessoal de logística e de apoio.
Durante
o tratamento dos pacientes internados com a Covid-19, os usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS) precisam ser submetidos a diversos exames para que a
evolução da doença seja acompanhada de perto. Nesse primeiro ano de
funcionamento do HRN, foram realizados 1.088 exames de raios-x e 39.912 exames
laboratoriais.
Além
de atender moradores de Porto Calvo, o HRN presta assistência a usuários de São
Luís do Quitunde, Jacuípe, Jundiá, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe,
São Miguel dos Milagres, Japaratinga, Porto de Pedras e Maragogi. Entretanto,
em razão de sua capacidade resolutiva, já atendeu pacientes de Barreiros (PE),
Igaratinga (MG), Manaus (AM) e Val Paraíso de Goiás (GO).
Primeira
alta – A primeira paciente atendida e recuperada da Covid-19 pelo HRN foi Maria
Madalena Santana, natural de Joaquim Gomes. A estudante, na época tinha 19
anos, e foi internada no primeiro dia de funcionamento da unidade hospitalar.
Ela ocupou um dos leitos clínicos até o dia 15 de julho, ficando sob os
cuidados da equipe durante nove dias.
“Os
primeiros sintomas da Covid-19 apareceram no dia 5 de julho, mas, eu achava que
era uma gripe normal, e não me preocupei muito. Dois dias depois, comecei a ter
falta ar e a vomitar muito. Foi nessa hora que minha irmã me levou para o
hospital aqui de Joaquim Gomes e lá fui diagnosticada com a Covid-19. Os
médicos tentaram me transferir para Maceió, mas os hospitais estavam lotados
naquela época. Foi então que inauguraram o HRN e me levaram para ser a primeira
paciente deles. No começo minha irmã e minha mãe não queriam me deixar ir para
Porto Calvo, com medo da doença e receio de quem eu não voltasse, mas depois
elas aceitaram e fui para o hospital”, relatou a jovem.
Madalena
é só elogios para a estrutura do hospital e para o atendimento humanizado que
recebeu durante o período que esteve internada na unidade. “Eu fui muito bem
acolhida, nunca tinha visto uma estrutura daquela, um hospital todo novinho e
com uma equipe muito dedicada. E o melhor de tudo é que o hospital foi
construído perto da cidade em que eu moro e, assim, não precisei ir para um
local distante da minha família”, ressaltou.
A
moradora de Joaquim Gomes relata que teve medo de não sobreviver e que ficou
muito angustiada devido à saudade da família. “Enquanto eu estive naquela
enfermaria só pensava na minha família, em perder essa batalha e não ver mais
meu pai, minha irmã e minha mãe. Foi graças à equipe, especialmente da
psicologia, que fui me animando e encontrando forças para lutar. O momento mais
feliz foi quando pude falar com minha irmã por videochamada, o que me deu
esperança e confiança que iria voltar para casa”, lembrou Madalena, que não
ficou com sequelas da Covid-19.
Quem
também precisou dos atendimentos da equipe do Hospital Regional do Norte foi a
auxiliar administrativa Benicleide Araújo, 48 anos, natural da cidade de Matriz
de Camaragibe. Ela foi recebida no HRN no dia 12 de maio deste ano e ficou 20
dias internada, sendo 12 deles em um leito de UTI, por ter desenvolvido um
quadro de ansiedade, o que levou a um rebaixamento no nível de saturação.
“No
início do mês de maio, eu, meu esposo e mais uns familiares fomos até Maceió
para resolver algumas coisas. Foi nesse período que todos apresentamos sintomas
gripais. Eu não imaginava nunca que fosse Covid-19, mas como não me senti muito
bem, fiz um teste rápido na farmácia, que detectou o novo coronavírus. Uns dias
depois, ainda na capital, precisamos ir até à UPA [Unidade de Pronto
Atendimento] do Jacintinho, onde fomos medicados e voltamos para casa”, contou.
A
auxiliar administrativa, que atua na Prefeitura de Matriz do Camaragibe, ainda
conta que começou a sentir falta de ar e procurou o hospital local. A equipe da
unidade de saúde solicitou imediatamente a transferência de Benicleide para o
HRN, uma vez que ela é cardiopata e já havia passado por duas cirurgias no
coração.
“Com
poucos dias que cheguei no HRN fiquei um pouco apavorada, com medo dessa doença
e acabei tendo um quadro de ansiedade, que acabou baixando a minha saturação.
Por causa disso, a equipe achou melhor me colocar em um leito de UTI para ser
monitorada e observada mais de perto por causa do meu coração”, relatou Maria
Madalena Santana, ao enfatizar que o tratamento que recebeu no HRN “foi nota
100 e não tenho do que reclamar”, disse.
Benicleide
voltou para casa há um mês e ainda se recupera das sequelas deixadas pelo novo
coronavírus. Pelo período longo em cima de um leito, ela ficou com a
musculatura enfraquecida, mas com a fisioterapia está voltando a andar
normalmente. Em decorrência da doença, Benicleide sente muito enjoo e não
consegue comer direito, mas não sente mais cansaço.
Marco
para o Litoral Norte – Para Alexandre Ayres, secretário de Estado da Saúde, o
HRN é um marco que veio preencher um vazio assistencial na região Norte. De
acordo com ele, dentro de alguns meses, a unidade mudará o perfil assistencial
e estará funcionando com sua capacidade máxima.
“Hoje
o Hospital Regional do Norte completa um ano de seu funcionamento e gostaria de
aproveitar essa oportunidade para parabenizar todos os profissionais de saúde
que se dedicaram e se dedicam com o único objetivo, que é salvar vidas aqui no
nosso Estado. Então, em meu nome, eu queria transmitir todo o orgulho e
gratidão da população alagoana, de quem faz a saúde pública em Alagoas, a esses
verdadeiros heróis que salvaram tantas vidas e têm se dedicado para que a saúde
em Alagoas avance cada vez mais”, ressaltou Ayres.
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