Caso envolvendo duas famílias de Olho d’Água das Flores e Delmiro Gouveia que tiveram os corpos trocados para velório tem deixado uma grande revolta. 


O caso envolvendo duas famílias de Delmiro Gouveia e Olho d’Água das Flores no Sertão de Alagoas, que tiveram os corpos de dois idosos trocados na Unidade de Emergência do Agreste de Alagoas em Arapiraca, ganhou um novo capitulo na tarde desta terça-feira, 13. Familiares do idoso de Olho d’Água das Flores desmentiram a versão do Hospital e cobra que o corpo seja exumado o mais rápido possível e que os culpados sejam punidos. 

Em contato com a reportagem do italotimoteo.com.br, uma neta do idoso Olhodaguense, que não quis se identificar relatou que os nomes das duas vítimas não são iguais. “O nome do meu avô é Manoel Ferreira Damasceno, ele tinha 98 anos, essa nota por parte do Hospital está totalmente errada, o idoso de Delmiro Gouveia tem o nome diferente do meu avô – Manoel Ferreira Lima. 

Ainda por telefone, a mulher que também é profissional da saúde contou como foi descoberto que os corpos haviam sido trocados. 

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“Nossa família foi comunicada sobre a morte no domingo, 11, por volta das 15h, uma hora após a morte dele. Então como estava chovendo muito em Olho d’Água e ficaria inviável para realizar os procedimentos de funerária e sepultamento, perguntamos a Assistência Social do Hospital se poderíamos recolher o corpo na manhã do dia seguinte, eles responderam que sim e daí seguimos até Arapiraca.” Disse a mulher. 

A neta que tem 31 anos de idade disse que foi com o seu pai até ao Hospital e no caminho, eles conversando relataram sobre um caso de um homem que havia sido informado que a mãe havia falecido, mas que ao ir confirmar o corpo, percebeu que não se tratava da sua genitora e que depois soube que ela estava viva. 

A mulher disse que em nenhum momento achou que isso pudesse ter acontecido com o seu avô. Mas ao ser atendida na Unidade de Saúde pelo serviço de Assistência Social, ela solicitou que queria reconhecer o corpo presencialmente e não por foto, porém a Assistente Social que não foi identificada relatou que esse procedimento não era permitido. 

Ao receber a declaração de óbito, a mulher então pediu para que entrasse com os Agentes da Funerária contratada, mas eles também não permitiram, então ela solicitou que eles tirassem uma foto do rosto para que pudesse identificar o corpo. 

Ela conta que em nenhum momento sentiu desconfiança e que após a funerária recolher o corpo, ela e o seu pai seguiram o veículo funeral até a cidade natal. 

Chegando no cemitério do município sertanejo, ela então cobrou a fotografia ao profissional que disse não ter registrado, mas que havia uma foto impressa anexada ao saco onde o corpo estava. Foi aí que ela teve acesso e percebeu que a fotografia não era a do seu avô. 

Ela contou que a família entrou em desespero e após a Vigilância Sanitária do município ser acionada os familiares abriram o caixão e tiveram certeza que o corpo não era do senhor Manoel Damasceno. 

Os familiares então retornaram com o corpo ao Hospital e comunicaram o fato a direção que se solidarizou com a família e quis atribuir o erro a funerária que recolheu o corpo do delmirense. 

A situação se agravou quando a família de Olho d’Água das Flores soube que o corpo do idoso Manoel Damasceno havia sido levado pela família de Delmiro Gouveia e que já estava sepultado. 

O Hospital emitiu uma nota informando que nunca ocorreu esse tipo de episódio no hospital. O HE do Agreste foi o primeiro hospital em Alagoas a criar o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), para garantir um atendimento cada vez mais humanizado aos usuários da unidade pública de saúde. Nesse caso específico, o outro paciente tinha era homônimo, ou seja, ambos tinham os mesmos nomes. A enfermeira de plantão, por um equívoco, colocou a ficha no outro paciente é ocorreu a troca. A direção do hospital já conversou com familiares dos pacientes, explicou o motivo da troca e abriu um procedimento administrativo interno. 

Para finalizar, a família de Olho d’Água das Flores aguarda a exumação do corpo que está em uma catacumba no cemitério Adonias Mafra de Queiroz no Bairro Novo em Delmiro Gouveia para que eles possam sepultar o verdadeiro familiar. 

A previsão da exumação é para esta terça-feira, 13. O hospital aguarda uma decisão judicial para realizar o procedimento.

As duas famílias registraram um Boletim de Ocorrência nas delegacias de Delmiro Gouveia e Arapiraca e aguardam que o caso seja investigado e os culpados sejam punidos. 

Para finalizar a neta do sr. Damasceno disse que o sentimento da família é de indignação falta de respeito e amor ao próximo, ela também questiona quantas famílias podem ter sido vítimas de erros como esse. E conclui dizendo “O que a gente quer nesse momento é simplesmente é o corpo para que possamos ter o direito de sepultar de forma honrosa pela nossa família e depois disso iremos buscar os meios necessários para que os culpados sejam identificados e punidos pela Lei.”