Recomendação consta no Diário Oficial do Estado e
segue acompanhamento técnico do Ministério da Saúde e da Sociedade Alagoana de
Infectologia
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) publicou, na edição desta
quarta-feira (15), do Diário Oficial do Estado (DOE), a Portaria Nº. 3.264 com
a recomendação de uso da cloroquina/hidroxicloroquina em pacientes extremamente
graves que estão em tratamento após contaminação pelo novo coronavírus que
causa a doença Covid-19.
A Portaria é assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Alexandre
Ayres, levando em consideração, precisamente, a recomendação da Sociedade
Alagoana de Infectologia. “Esta é uma discussão que a Secretaria de Estado da
Saúde está debatendo de forma técnica, junto à Sociedade Alagoana de
Infectologia. Na terça-feira (15), a Sociedade baixou uma Recomendação pelo uso
moderado da cloroquina em pacientes extremamente graves. A Sesau está seguindo
este acompanhamento técnico”, explica o secretário.
Neste entendimento, a Portaria da Sesau considera que não há tratamento
específico para a Covid-19, e que as evidências científicas apontam um impacto
favorável na evolução da doença, quando da utilização de
cloroquina/hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, nos quadros leves,
moderados e graves.
No entanto, por ser uma droga cuja utilização no tratamento de Covid-19
ainda é objeto de estudos de eficácia e segurança, embora seja até o momento a
medicação com melhores evidências para esta finalidade, a Sesau recomenda a
assinatura do termo pelo paciente ou responsáveis legais, de consentimento
livre e esclarecido.
Protocolo
O protocolo autorizado pelo Governo de Alagoas deverá ser adotado em
todas as unidades de saúde que estão sob a gerência da Secretaria de Estado da
Saúde, sendo apresentado o seguinte Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) para uso de hidroxicloroquina/cloroquina para Covid-19.
- Informar ao paciente em tratamento da Covid-19, em linguagem clara e
objetiva pelo (a) médico (a), de que foi recomendado a Cloroquina ou
Hidroxicloroquina associado à Azitromicina, por via oral ou por sonda
gástrica/enteral, durante 5 dias.
- Ser informado em linguagem clara e objetiva pelo (a) médico(a) que de
que Cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais leves,
moderados a alguns graves. Doses diárias altas (250 mg), resultando em doses
cumulativas de mais de 1 g/Kg de cloroquinabase, podem resultar em retinopatia
e ototoxicidade irreversíveis.
- Ser informado que o tratamento prolongado com altas doses também pode
causar miopatia tóxica, cardiopatia e neuropatia periférica, visão borrada,
diplopia, confusão, convulsões, erupções, alargamento do complexo QRS e
anormalidade da onda T. Que em casos raros podem ocorrer hemólise e discrasias
sanguíneas, como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção
cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina.
- O paciente ou o seu responsável legal deve compreender que não existe
garantia de resultados positivos, mas que é a medicação com melhor evidência de
eficácia no momento, porém que o medicamento proposto pode inclusive agravar
minha condição clínica.
- Tanto o paciente quanto o seu responsável legal devem estar cientes de
que o tratamento com Cloroquina ou Hidroxicloroquina pode causar os efeitos
colaterais descritos acima, e outros menos graves ou menos frequentes, ao
prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao
óbito.
- Também deve ser comunicado que independentemente do uso da Cloroquina
ou Hidroxicloroquina, será mantido o tratamento padrão e comprovadamente
benéfico que inclui medidas de suporte da respiração e oxigenação, ventilação
mecânica, drogas para sustentar a pressão e fortalecer o coração, hemodiálise e
antibióticos, entre outras terapias oferecidas a pacientes que estão
criticamente doentes.
Após ter total conhecimento das condições de tratamento com o uso da
cloroquina ou hidroxicloroquina, o paciente ou responsável legal assina o termo
de consentimento livre e esclarecido.
Já o médico responsável também deve assinar um termo de declaração informando
que explicou detalhadamente ao paciente ou aos seus responsáveis legais acerca
do tratamento e seus efeitos colaterais. O termo também deixa claro que o
paciente pode desistir do tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina.
Ainda na Portaria da Sesau consta que o Ministério da Saúde, em Nota
Informativa Nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS, apesar de considerar o medicamento como
experimental, liberou a cloroquina para uso em pacientes muito graves e
entubados, a critério da equipe médica.
Fonte: Agência Alagoas