Foragido da Justiça desde
2017, José Márcio Cavalcanti de Melo, o Baixinho Boiadeiro, surpreendeu ao
comparecer nesta segunda-feira (4), ao Fórum do Barro Duro, onde ele, o irmão
José Anselmo Cavalcanti de Melo (Pretinho Boiadeiro) e Thiago Ferreira dos
Santos, o Pé de Ferro, estão sendo julgados por um duplo homicídio praticado em
2006, na cidade de Batalha, Sertão de Alagoas.
A advogada de Baixinho
Boiadeiro, Mabylla Loriato, confirmou ao CadaMinuto que seu cliente será preso
após o julgamento, em razão dos mandados de prisão existentes contra ele, pela
tentativa de homicídio do fazendeiro José Emílio Dantas e pelo homicídio do
vereador Tony Pretinho, ocorridos em novembro e dezembro de 2017,
respectivamente.
“Ele sempre quis se entregar, a questão era a
segurança dele. Ele se entregou porque não deve e veio aqui para se defender...
Após acionarmos diversos órgãos, vimos que era hora de apresentá-lo”, destacou
a advogada.
Segundo Mabylla, o
Ministério da Justiça e o Ministério dos Direitos Humanos, além de autoridades
estaduais, foram acionados pela defesa para garantir a segurança de Baixinho
Boiadeiro.
O réu já está sob custódia
dos agentes da Divisão Especial de Investigação e Captura da Polícia Civil de
Alagoas (Deic) que estão no Fórum do Barro Duro.
De acordo com as
investigações, horas após o homicídio do pai, Neguinho Boiadeiro, Baixinho
tentou matar Emílio Dantas, acreditando que o fazendeiro seria o mandante do
assassinato do pai. Vingança também teria motivado Baixinho a executar o
vereador Tony Pretinho.
Duplo homicídio
Conforme informações do
Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Baixinho Boiadeiro, Pretinho Boiadeiro
e Pé de Ferro estão sendo julgados hoje pelo homicídio de Samuel Theomar
Bezerra Cavalcante, ex-cunhado do ex-prefeito de Batalha, Paulo Dantas, e do sargento
da PM reformado Edvaldo Joaquim de Matos. Eles também são acusados de tentativa
de homicídio contra Theobaldo Cavalcante Lins.
O Ministério Público
Estadual (MP-AL), representado pelo promotor de justiça Antônio Luís Vilas Boas
Sousa, da 48ª Promotoria de Justiça da Capital, sustenta a acusação de
homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por impossibilidade de
defesa das vítimas.
Também havia denúncia contra
Emanuel Messias de Melo Araújo e José Marcos Silvino dos Santos, mas ambos
faleceram.
Ainda segundo o MP, o crime
ocorreu na noite do dia 27 de maio de 2016, em Batalha. Acusados e vítimas
bebiam em bares diferentes, localizados na mesma praça e, por conta de uma
desavença, quando as vítimas entraram em um veículo para deixarem o local, os
réus se efetuaram os disparos.
Réu falecido
O Tribunal de Justiça
informou, por meio de sua assessoria de Comunicação, que o júri conduzido pelo
juiz John Silas da Silva, titular da 8ª Vara Criminal de Maceió, pode se
estender até amanhã (5).
Até o final da manhã de
hoje, foram ouvidos, a vítima sobrevivente e três das quatro testemunhas
intimadas. Elas relataram que a briga que culminou nos assassinatos teve início
com uma discussão entre uma mulher que acompanhava Emanuel Boiadeiro e a então
primeira-dama de Batalha, Marina Dantas, hoje prefeita da cidade.
Os três réus ainda serão
ouvidos. O advogado de defesa deles, Raimundo Palmeira, argumenta que Emanuel
Boiadeiro, falecido, foi o autor dos disparos e chegou a confessar os crimes.
O promotor, no entanto,
sustenta que, ainda que não tenham puxado o gatilho, o trio julgado hoje
concorreu para a ação delituosa e agiu como espécie de “garantidor do executor
material”.
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