Segundo Inaldo Santos, mãe disse que garota desapareceu depois que saiu para procurar irmãos em campo de futebol.

Familiares da menina Ester Izabelle, de 4 anos, pedem justiça após a criança ser encontrada morta dentro de uma cacimba em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. A menina estava desaparecida desde a segunda-feira, 20, mas o corpo só foi localizado no dia seguinte. O pai da garota, Inaldo Santos, disse que era muito apegado à criança.

"Era meu xodó. (...) A minha menina era inteligente, 'sabida', esperta", disse ele em entrevista.

Inaldo contou que estava trabalhando em Campina Grande (PB), quando recebeu uma ligação da irmã dizendo que Ester tinha desaparecido.

"Minha esposa estava tão abalada na situação que nem teve coragem de me ligar. Minha irmã ligou dizendo: 'tenho uma notícia péssima para te dizer'", contou. Ester era a filha caçula e a única menina do casal.

Com a ajuda de um amigo, Inaldo chegou a São Lourenço da Mata horas depois, por volta das 4h30 da madrugada. Encontrou a família reunida e sua esposa contou que Ester havia sumido "do nada". A comunidade já estava mobilizada nas buscas.

De acordo com Inaldo, a esposa dele relatou que, num momento de descuido, a criança saiu de perto dos adultos e foi procurar os irmãos, que estavam brincando no campo de futebol. Foi neste período que ela sumiu.

Ainda durante as buscas, outro filho do casal, de 7 anos, chegou a contar à família e aos vizinhos que viu a irmã entrando na residência onde ela foi achada morta horas depois.

"O menorzinho passou para a mãe e para a população que tinha visto a minha filha entrando naquela casa. E tinha falado que um homem tinha pegado minha filha, chamado minha filha, botado naquela casa e tinha passado para ele: 'Olhe, Ester não é tua não. Ester agora é minha. Eu vou matar Ester'. Falou para o meu menino pequenininho", disse Inaldo.

O corpo de Ester foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife, para passar por perícias. Na manhã desta quarta-feira (22), a tia dela, Lidiane Santos, foi ao local para liberar o corpo e seguir com os trâmites para o funeral.

"É difícil, porque é um pedacinho da gente. (...) A gente só deseja justiça. Porque, do jeito que ele fez com minha sobrinha, ele pode fazer com outra criança. E lá [na comunidade] tem muita criança", disse.

Dois homens, que moravam na casa onde o corpo foi encontrado, foram presos em flagrante na terça-feira (21). Eles, que não tiveram a identidade revelada, foram autuados por ocultação de cadáver e vão passar por audiência de custódia. A polícia não descarta a possibilidade de os investigados responderem por outros crimes.