Principais candidaturas colocadas na disputa seguem fazendo movimentações, mas em menor intensidade devido ao esvaziamento em Brasília.



Depois da disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados esquentar nas últimas semanas, com o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), escolhendo apoiar o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), em detrimento do antigo aliado e amigo pessoal Elmar Nascimento (União-BA), os deputados entraram na reta final das eleições municipais. Com isso, ficou em segundo plano a sucessão na Casa.

Com a proximidade das eleições municipais – o primeiro turno será em 6 de outubro –, a construção de alianças e articulações esfriou e só se intensificará novamente depois do pleito. O Congresso Nacional está esvaziado, sem sessões que exijam a presença física dos parlamentares para que eles possam se dedicar às campanhas nos redutos eleitorais, disputando cargos ou apoiando aliados.

Atualmente, três líderes partidários seguem ativos na disputa: Hugo Motta (Republicanos-PB), que é visto como nome capaz de atrair consenso e teria o aval do Palácio do Planalto ao PL de Jair Bolsonaro; Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA), que construíram uma aliança para unir forças mesmo sem o apoio de Lira.

A mudança no nome apoiado pelo alagoano acabou por causar algo que Lira queria evitar: um racha no chamado Centrão, maior grupo de deputados da Casa e do qual ele mesmo faz parte. A intenção do atual presidente era eleger um nome consensual, em busca de uma candidatura única.

Disputa em baixa, mas não paralisada

Apesar das campanhas dos três candidatos estar em um ritmo menor, nenhuma está paralisada nessas semanas em que Brasília está mais esvaziada. Dos três principais nomes na corrida pelo comando da Câmara, dois estiveram na capital federal e um aderiu a um novo número para atrair parlamentares.

Nesta semana, Motta se reuniu com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tem encontrado líderes da Câmara em uma série de reuniões desde a semana passada, e também o ministro da Educação, Camilo Santana.

No registro compartilhado em suas redes sociais, afirmou que o tema da reunião foi o pedido por um campus do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB) no município de Pombal e a abertura do curso de ciência da computação no campus da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Brito também se reuniu com Padilha. O encontro foi na terça-feira (17/9) e teve a presença do colega de partido André de Paula (PSD-PE), ministro da Pesca e Aquicultura. Na segunda-feira (16/9), o deputado esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cerimônia no Palácio do Itamaraty. Em ambos os encontros, a sucessão na Casa foi um dos assuntos das conversas.

Já Elmar ficou fora da capital federal nesta semana. No entanto, como mostrou o Metrópoles, na coluna de Igor Gadelha, o parlamentar criou um novo canal de comunicação para fazer campanha junto aos deputados federais.

Nos últimos dias, Elmar pediu para parlamentares e aliados adicionarem um novo número de celular que o líder do União Brasil pretende usar como canal para compartilhar informações sobre sua campanha à sucessão de Lira na Câmara.

Nas campanhas, a avaliação interna feita é de que o resultado dos partidos nas urnas não deve alterar em nada, ao menos por enquanto, os acordos e alianças que vem sendo articuladas entre as siglas.

Por: metropoles.com