Após denunciar nas redes sociais, a jovem procurou a polícia, registrou boletim de ocorrência e está recebendo o apoio da Associação AME, que acolhe mulheres vítimas de violência em Alagoas.

Quatro dias depois de denunciar que foi drogada e estuprada por um turista de Brasília, após um encontro em um bar, na orla de Maceió, a influencer digital Eduarda Martins teve sua conta no Instagram desativada, nesta terça-feira (4).

Conforme os relatos de Eduarda, o caso aconteceu na última quinta-feira (30 de dezembro). Após denunciar nas redes sociais, a jovem procurou a polícia, registrou boletim de ocorrência e está recebendo o apoio da Associação AME, que acolhe mulheres vítimas de violência em Alagoas.

Nesta terça-feira, a presidente da AME, Júlia Nunes, publicou, em seu perfil no Instagram, um vídeo onde Eduarda Martins aparece chorando e pedindo ajuda para recuperar sua conta, pois ela trabalha com a rede social.

"Estão tentando derrubar tudo o que tenho, tirar tudo o que eu tenho. Tirar meu trabalho. Eu peço que, por favor, quem pudeu compartilhar e me ajudar, porque foram anos de trabalho. Estão tentando tirar tudo o que tenho. Já não bastou tirar a minha dignidade, minha honra, meu sustento. Eu peço a ajuda de todo mundo", disse a influencer, aos prantos, no vídeo.

Em outra publicação, Eduarda diz que “estão tentando” fazer ela se calar de todas as formas e que não queria “que nada disse estivesse acontecendo”. "Eu não faço nada. Eu não durmo, eu não como, eu não faço nada", completou..

Em defesa de Eduarda, Júlia Nunes se pronunciou no Instagram e definiu como “absurdo” a retirada da conta da influencer do ar pela rede social.

“Isso é inadmissível! Nós somos caladas da pior forma possível. Não houve nenhum tipo de notificação, ela não postou nada que venha a ferir as diretrizes do aplicativo. Eu preciso de vocês! Não é normal gente isso!”, disse Júlia, pedindo ajuda aos seus seguidores.

A presidente da AME também marcou mulheres famosas na publicação para tentar ajudar Eduarda.

Júlia Nunes também falou sobre os ataques que a influencer vem sofrendo nas redes sociais e comentários que descredibilizam os relatos dela. “Quando eu entro em um caso, eu entro acreditando que é uma verdade e eu permaneço no caso quando ele é verdadeiro. Eu estou com a Eduarda há cinco dias. A cada dia que passa eu tenho mais certeza de que ela foi vítima de um estupro”, afirmou.

O caso

A influencer digital Eduarda Martins, denunciou, em suas redes sociais, que teria sofrido abuso sexual após ser dopada em um bar da orla de Maceió, na tarde da última quinta (30). Em relatos feitos em uma série de stories do Instagram, Eduarda afirmou que lembra de ter estado no bar, localizado na Avenida Silvio Viana, no bairro da Ponta Verde, e que depois acordou no sofá da casa de um desconhecido, mas não se recorda de como chegou até lá.

Ainda segundo a influencer, ela acordou sem calcinha, com lesões nas partes íntimas e que um homem a dopou durante a tarde, enquanto estava em um bar.

Nesta terça-feira (4), em entrevista ao Cada Minuto, a defesa do homem apontado como o autor do estupro disse que ele é inocente e que imagens irão mostrar que  “a verdade sobre o ocorrido”. Segundo a advogada, Graciele Queiroz, seu cliente afirma que o sexo entre o casal foi consensual e há provas de sua inocência. O homem é de Brasília e se apresentou a polícia, nessa segunda-feira (3), quando se colocou à disposição da polícia e da Justiça.

O caso ganhou uma enorme repercussão e, também nessa segunda (3), a Polícia Civil designou a delegada Maria Angelita para comandar as investigações.