Segundo Luci Mônica, a
identificação do suspeito foi possível, após representação (consulta) feita ao
Instagram e confirmada por uma empresa telefônica, quanto ao número utilizado
pelo acusado para fazer as ameaças.
A Polícia Civil de Alagoas
já identificou o autor das ameaças contra a pastora Odja Barros, da Igreja
Batista de Maceió, alvo de ameaças feitas por meio das redes sociais, após a
celebração religiosa de um casamento homoafetivo, entre duas mulheres. Trata-se
de um jovem de 25 anos, que reside na capital. A informação foi dada nesta terça-feira
(21) pela delegada Luci Mônica, designada em caráter especial, pelo
delegado-geral Carlos Reis, para investigar o caso.
Nas primeiras horas da
manhã, a delegada cumpriu mandados de buscas e apreensão, autorizadas pelo juiz
Carlos Pita, da 3ª Vara Criminal, mas nada foi apreendido nos endereços
visitados. O suspeito também não foi encontrado. A ação policial foi realizada
por equipes do 9º Distrito da Capital, com o apoio da Operação Policial
Litorânea Integrada (Oplit).
Segundo Luci Mônica, a
identificação do suspeito foi possível, após representação (consulta) feita ao
Instagram e confirmada por uma empresa telefônica, quanto ao número utilizado
pelo acusado para fazer as ameaças. A delegada disse que o caso está
solucionado a partir a identificação do rapaz, e que continuará realizando
diligências para encontrá-lo e conduzi-lo à delegacia para ser interrogado.
Luci Mônica revelou também
que, para identificar o suspeito, teve a colaboração da equipe da Delegacia de
Crimes Cibernéticos, ligada à Divisão Especial de Investigação e Capturas
(Deic). Ela adiantou ainda que, ao final do inquérito, o suspeito será
indiciado por crimes de ameaça, intolerância religiosa e homofobia.
Conforme as investigações,
nas mensagens enviadas à pastora, um homem, que diz ser religioso, a ameaça de
morte e chega a dizer que vai atirar na cabeça dela. Ele também chegou a enviar
uma foto de uma arma ao lado de uma Bíblia.
O caso -
Uma pastora da Igreja Batista celebrou pela primeira vez um casamento
homoafetivo. Odja Barros concedeu a benção a duas mulheres em Maceió, no
sábado, 11, em um dos primeiros matrimônios realizados por pastores batistas no
país entre duas pessoas do mesmo sexo.
A cerimônia uniu o casal
Tuane Alves, 29 anos, e Erika Ribeiro, também de 29, em um salão de festas da
capital alagoana. A bênção religiosa foi vista como um marco, pois a
denominação batista é considerada uma das mais tradicionais e conservadoras
igrejas evangélicas do Brasil. Apesar de outros matrimônios entre pessoas
LGBTQI+ terem sido realizados por pastores da igreja, esse foi o primeiro
celebrado por uma mulher.
Dias depois, a filha da
pastora, Alana Barros, confirmou que depois de a celebração religiosa se tornar
pública, Odja Barros passou a receber ameaças. "Minha mãe é a pastora Odja
Barros, doutora e teóloga feminista há mais de 20 anos. Desde a veiculação da
notícia de que celebrou um casamento homoafetivo vem sofrendo uma enxurrada de
comentários e ameaças no seu Instagram. O ódio religioso é terrível!",
escreveu a jovem em uma postagem em seu perfil no Twitter.
No dia 15, a pastora foi
recebida pela superintendência de políticas para os Direitos Humanos e a
Igualdade Racial, junto à secretária Maria Silva, que realizaram a oitiva do
caso. Após o encontro, o encaminhamento foi a reunião na Delegacia Geral da
Polícia Civil pra garantir a investigação e os procedimentos de segurança da
religiosa.
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