O governador ainda afirmou
que "alguém falar de Carnaval a essa altura do campeonato, está querendo
ser irresponsável com a vida do outro".
O governador da Bahia, Rui
Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (23) que considera impossível a
realização do Carnaval de Salvador em 2022 nos moldes tradicionais da festa
diante do avanço do número de casos da Covid-19 e dos casos da gripe H3N2 no
estado.
"Sabe aquele filme
'Missão Impossível'? Nós estamos na Missão Impossível 3. Então, não será
possível fazer esse Carnaval. Não tem a mínima condição", afirmou o
governador a jornalistas durante solenidade de entrega de uma nova alaga de um
hospital em Salvador.
O governador ainda afirmou
que "alguém falar de Carnaval a essa altura do campeonato, está querendo
ser irresponsável com a vida do outro". E lembrou que, além das mortes
provocadas pela Covid-19, agora o estado passa a ter óbitos pelo Influenza
-foram registrados duas mortes em Salvador.
À reportagem, Rui Costa
disse que as condições para a realização do Carnaval se deterioraram ao longo
do último mês. O número de pacientes em UTI com Síndrome Respiratória Aguda
Grave, por exemplo subiu neste período de 190 para 270. Já a quantidade de
casos ativos da Covid-19 cresceu de uma média de 2.200 para 3.000.
Na Bahia, cerca de 2 milhões
de pessoas deixaram de completar o ciclo vacinal com as duas doses do
imunizante contra o coronavírus. Quando acrescidos aqueles que precisam tomar a
dose de reforço, o número chega a cerca de 3 milhões de pessoas.
A avanço da gripe H3N2
também pressiona o sistema de saúde, com Unidades de Pronto Atendimento
superlotadas tanto em Salvador como em cidades do interior e um aumento da
demanda por internação hospitalar na rede pública de saúde.
"Mantidas ou agravadas
essas condições, não há a mínima condição de reproduzir o que é o padrão do
nosso Carnaval. Infelizmente. A não ser que a gente queira viver uma tragédia
de muitas mortes", afirmou.
A organização do Carnaval de
Salvador é feita pela prefeitura da capital baiana, que ainda não tomou uma
decisão definitiva sobre o assunto. A realização da festa de rua, contudo,
demanda serviços que estão no âmbito do governo do estado, caso da Segurança
Pública.
Mesmo sem uma decisão, parte
dos empresários do setor anunciou que não deve participar da festa. A
empresária Flora Gil, que toca o camarote Expresso 2222 ao lado do marido, o
cantor Gilberto Gil, disse que um dos mais disputados espaços do Carnaval de
Salvador não entrará em operação no ano que vem mesmo se a realização da festa
for autorizada pelo poder público.
Outros empresários, por
outro lado, devem realizar festas privadas em Salvador no período do Carnaval
em espaços como o estádio da Fonte Nova e o Centro de Convenções. O decreto da
pandemia em vigor no estado da Bahia permite festas com até 5.000 pessoas,
mediante a exigência de comprovação do ciclo completo de vacinação.
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