Maria de Fátima, mãe dos meninos assassinados, foi a primeira a ser ouvida.



O policial militar Johnerson Simões Marcelino, acusado das mortes dos irmãos Josivaldo Ferreira Aleixo e Josenildo Ferreira Aleixo, no Conjunto Village Campestre, no bairro Cidade Universitária, em Maceió, está sendo julgado nesta quinta-feira (25). O júri popular, presidido pelo juiz Guilherme Bubolz Bohm, está acontecendo no Fórum do Barro Duro.

Maria de Fátima, mãe dos meninos assassinados, foi a primeira a ser ouvida. No depoimento, ela disse que a família foi destruída. "Minha família foi destruída. Mataram meus filhos, e meu marido que era doente, piorou e morreu também", disse Maria de Fátima.

"O sonho dos meus filhos, eles diziam, era ser policial. Mas a polícia foi quem tirou a vida deles", lembrou a mãe. Ela disse ainda que só soube do que aconteceu no outro dia e garantiu que os meninos saíram de casa apenas com as carteiras da Pestalozzi e um celular. No IML, segundo Maria de Fátima, deram entrada como indigentes e as carteiras nunca apareceram.

A vítima sobrevivente, Micivan Pereira da Silva, também já depôs. Foram ouvidos ainda dois militares da guarnição da PM, o capitão da PM que atua na Corregedoria, a esposa do pedreiro, o tio dos dois irmãos assassinados, além de uma funcionária do HGE. O último réu a depor foi o PM Johnerson Simões Marcelino, acusado dos homicídios dos dois e de um pedreiro no local.

Em sua fala, a promotora Adilza Freitas chegou a usar reportagens sobre o caso para apontar a culpa do PM Johnerson no assasinato dos irmãos e da terceira vítima. "A mãe dos meninos vitimados renova hoje a esperança, fazendo com que a lei seja cumprida. Hoje queremos justiça, que as famílias das vítimas, a esposa e as filhas do pedreiro também encerrem hoje o seu luto. Que a gente entenda que a polícia é o braço armado do Estado para proteger e não para matar", disse a promotora.