O Fantástico conta a
história da Raquel. Desde que nasceu, a jovem vive sem sobrenome. “Não consigo
me matricular na escola, não pego remédio no posto de saúde”. Uma adoção pode
ser a única esperança para a Raquel.
Neste domingo (21), o Enem,
como tema da redação, propôs uma discussão sobre a falta do registro civil e os
milhões de brasileiros que vivem sem uma certidão de nascimento no país.
O Fantástico conta a
história da Raquel. Desde que nasceu, a jovem cearense vive sem sobrenome. Não
consegue tirar documentos, nem ter acesso a serviços básicos. Uma adoção pode
ser sua única esperança.
O nome Raquel foi escolha de
Dona Maria de Fátima, que entrou na Justiça para adotar oficialmente a menina
que foi deixada ainda bebê no portão de casa. Dona Fátima já tinha 14 filhos,
entre eles a Rosilene.
“Ela falava para a gente que
faltava a assistente social visitar a casa dela para ela poder pegar a guarda
da Raquel, ela sempre contou com isso”, conta a faxineira e recicladora
Rosilene Costa Lima sobre a mãe, Dona Fátima.
Mas a guarda da Raquel não
chegou e o resultado foi um registro de nascimento, tirado por ordem judicial,
mas até hoje incompleto.
Quando a mãe de criação da
Raquel morreu, Rosilene assumiu a menina, mas o processo de adoção foi
interrompido. As consequências impostas pela falta de documentos sempre existiram:
dificuldade de acesso à escola, ao sistema público de saúde, nada de benefícios
sociais, como Bolsa Família ou Auxílio Emergencial. É a mesma situação
enfrentada por três milhões de brasileiros, que, segundo o IBGE, vivem sem ter
registro de nascimento no país.
“Não tenho sobrenome, não
tenho documento, não consigo me matricular na escola, não pego remédio no posto
de saúde”, lamenta Raquel.
Raquel tem 18 anos e agora,
revive com a filha de 4 anos - não registrada pelo pai - todo o drama que ela passou
na infância.
A jovem tentou retomar os
estudos depois que a filha nasceu, mas teve a matrícula negada por falta de um
documento válido. A família foi procurar ajuda e descobriu que a esperança pode
estar na adoção, que pode ser feita mesmo depois dos 18 anos.
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