Projeto segue para análise do Senado.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de hoje (9) em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite o parcelamento de precatórios e altera o cálculo do teto de gastos, liberando R$ 91,5 bilhões para o Orçamento do próximo ano. O texto-base foi aprovado por 323 votos a favor, 172 votos contrários e uma abstenção. Os parlamentares votaram e rejeitaram quatro destaques. O texto segue para análise do Senado, onde precisa ser também precisa ser aprovado em dois turnos, com, pelo menos dois terços de votos favoráveis.
No início da noite, o Plenário conclui a discussão dos destaques e
aprovado a PEC em primeiro turno. Após um acordo que quebrou o insterstício
(intervalo) de cinco sessões entre o primeiro e o segundo turno, os deputados
discutiram o texto por pouco mais de uma hora e votaram o texto-base em apenas
18 minutos.
O resultado da aprovação do segundo turno foi proclamado por volta das
23h45.
O placar desta terça-feira demonstrou uma ampliação da vantagem dos
votos favoráveis em relação ao primeiro turno. Na semana passada, o texto-base
foi aprovado por 312 votos a favor e 144 contra, com apenas quatro votos além
dos 308 necessários para aprovar mudanças na Constituição.
A sessão estende-se por quase doze horas. Ao longo da tarde, os
deputados votaram os destaques em primeiro turno. Apenas um destaque, de
autoria do Partido Novo, foi rejeitado, retirando da PEC a possibilidade de que
o governo encaminhe, junto com a proposta do Orçamento, uma autorização
especial que autoriza o descumprimento da regra de ouro, espécie de limite para
a dívida pública. Os demais destaques foram aprovados.
Entenda a PEC dos Precatórios
A PEC define o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus
valores exclusivamente pela taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de
gastos.
Pelo texto-base aprovado, os precatórios para o pagamento de dívidas da
União relativas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), atual Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), deverão ser pagos em três anos, sendo 40% no primeiro ano,
30% no segundo e 30% no terceiro ano.
A redação aprovada engloba o texto da comissão especial que discutiu a
proposta, segundo o qual o limite das despesas com precatórios valerá até o fim
do regime de teto de gastos (2036). Para o próximo ano, esse limite será
definido com a aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) acumulado ao valor pago em 2016 (R$ 19,6 bilhões).
A estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões em 2022. Pelas
regras atuais, dados do governo indicam um pagamento com precatórios de R$ 89
bilhões em 2022, frente aos R$ 54,7 bilhões de 2021.
Na prática, a PEC abre espaço fiscal no Orçamento da União para o
pagamento do novo benefício assistencial criado pelo governo, o Auxílio Brasil,
que terá o valor mensal de R$ 400.
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