Prefeituras temem nova onda
de Covid e decidem não realizar eventos no próximo ano.
Ao menos 58 cidades do estado de São Paulo decidiram cancelar o carnaval em 2022 por conta da pandemia de coronavírus.
Entre elas, estão Botucatu,
Sorocaba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano. Também foi cancelado o tradicional
carnaval de São Luiz do Paraitinga, que leva multidões às ruas. Será o segundo
ano consecutivo que o evento não ocorrerá nesses municípios.Embora as taxas de
ocupação estejam baixas e os índices da doença registrem melhoras no comparativo
com os piores meses da pandemia, na avaliação de alguns gestores municipais, o
momento é de cautela.
As prefeituras temem que a
folia possa gerar uma nova onda de contaminação do coronavírus e volte a elevar
o número de casos e óbitos.
A média móvel diária de
mortes é de 72 nesta terça-feira (23) no estado de São Paulo. O valor é 15%
maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência
de estabilidade. Já a média diária de casos é de 1.400, valor 33% maior do que
o de 14 dias, o que aponta tendência de alta.
Outra justificativa citada é
a situação econômica de alguns municípios, que alegam não ter verba para a
festa.
Em Sorocaba, por exemplo, a
prefeitura comunicou às escolas de samba que não vai disponibilizar recursos
públicos para o evento, mas escolas estão se organizando para fazer um carnaval
paralelo — permitido pela gestão municipal.
Taubaté também cancelou o evento
oficial, mas permitiu que cada escola organize sua própria festa dentro de suas
respectivas sedes. Já em Jundiaí foi proibido qualquer tipo de festa.
Na capital paulista, o
cronograma segue mantido. No início do mês, a prefeitura recebeu 867 inscrições
para desfiles de blocos de rua.
A realização da festa
depende da situação da pandemia, mas a gestão municipal já sinalizou que o
evento deve ocorrer sem restrições sanitárias. A previsão é a de que 15 milhões
de pessoas participem do Carnaval 2022 na capital paulista.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional
de São Paulo, as cidades têm autonomia para decidir sobre a realização do
evento e não precisam informar a gestão estadual.
Criação de comitê
O prefeito Ricardo Nunes
(MDB) quer montar um comitê interdisciplinar entre as cidades que realizam os
maiores carnavais do país, como São Paulo, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte, para tomar decisões de forma conjunta.
O comitê teria como objetivo
garantir ações de monitoramento e formulação de políticas de saúde que cumpram
recomendações sanitárias para realização de um carnaval seguro do ponto de
vista da pandemia. São Paulo, Rio e Recife já aderiram à ideia.
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