Ao todo, são 44 casos
notificados, sendo que um resultou em morte, desde o dia 21 de agosto.
As autoridades de saúde do
Amazonas estão em alerta após o aumento do número de casos de rabdomiólise
-associados à Doença de Haff, conhecida como "doença da urina preta"-
no estado. Ao todo, são 44 casos notificados, sendo que um resultou em morte,
desde o dia 21 de agosto. As informações são da Fundação de Vigilância em Saúde
do Amazonas. Os municípios que registram casos são Itacoatiara (34 casos e um
óbito), Silves (quatro casos), Manaus e Parintins (com dois casos cada),
Caapiranga e Autazes, com um caso em cada. Do total de pacientes, dez ainda
estão internados. Todos são de Itacoatiara.
A única morte confirmada
pela doença até agora foi a de uma mulher de 51 anos, que estava internada
desde sexta-feira (27) no Hospital Regional José Mendes, oriunda da Vila do
Novo Remanso, também em Itacoatiara. Ela morreu no sábado. De acordo com o
diretor-presidente da fundação, Cristiano Fernandes, está sendo reforçada a
investigação epidemiológica dos casos. "Todos os casos notificados podem
estar associados à ingestão de peixes. Ainda não há consenso no meio científico
sobre a toxina que contamina os pescados. A Vigilância está se concentrando em
detectar precocemente os casos e monitorar para que haja o manejo clínico
adequado para os pacientes", explica.
A rabdomiólise é uma
síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de
substâncias intracelulares para a circulação sanguínea. Ocorre normalmente em
pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva,
crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de
alimentos contaminados, que incluem o pescado.
Doença de Haff - A origem
exata da Doença de Haff ainda é misteriosa, mas pesquisadores encontraram uma
unanimidade: todos os pacientes, mesmo fora do Brasil, consumiram algum animal
que vive na água, muitas vezes a doce. Alguns especialistas já levantaram a
suspeita de que ela seja causada por uma bactéria, mas isso é considerado pouco
provável. A hipótese mais aceita é que a doença seja causada por algum tipo de
toxina, ainda não identificada, que contamine o alimento e permaneça ativa no
alimento cru ou mesmo depois de ser cozido, frito ou assado.
Sintomas - Os
sintomas da doença de Haff costumam aparecer entre duas e 24 horas após o
consumo de peixe ou crustáceos. Além dos incômodos sentidos pelo corpo e a
coloração escura da urina, o quadro pode causar insuficiência renal. Isso
acontece pois os músculos, quando lesionados, liberam uma substância chamada
mioglobina no sangue, o que pode prejudicar os rins (e também é responsável
pelo xixi preto).
As sequelas mais graves, no
entanto, só costumam acontecer caso o paciente não tenha cuidado rápido e
eficiente. Outras sensações comuns são a falta de ar, dormência e perda da
força do corpo. Exames podem ser pedidos para confirmar o diagnóstico, mas como
não se sabe exatamente o que causa a doença, o mais importante será ouvir o
histórico dos pacientes. Por ser rara, identificar a doença pode ser difícil,
mas a recomendação é que um profissional de saúde seja procurado assim que os
sintomas surgirem.
Fonte: Folha Press.
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