Espécie
só existe em cativeiros privados.
Três
filhotes de ararinhas-azuis nasceram na região da Caatinga baiana 20 anos após
espécie ser declarada extinta no país. Eles são fruto de um casal que veio
entre 52 exemplares repatriados da Alemanha no ano passado.
O
primeiro filhote de ararinha-azul nasceu em 13 de abril, os irmãos nasceram em
6 e 9 de junho. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), a ararinha-azul é considerada extinta no Brasil desde
os anos 2000. De lá para cá, são registradas cerca de 160 ararinhas em
cativeiros privados.
De
acordo com a analista ambiental e responsável pela Área Temática de Pesquisa,
Monitoramento e Manejo do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) ICMBio Juazeiro,
Camile Lugarini, as ararinhas-azuis devem ser reintroduzidas na natureza. A
previsão é que isso aconteça no interior do Refúgio de Vida Silvestre da
Ararinha Azul, em Curaçá (BA). O município está localizado a 594 quilômetros de
Salvador, no extremo norte da Bahia.
Parceria
O
nascimento dos filhotes foi possível por meio de um programa de reprodução, envolvendo
Brasil e parceiros internacionais, que vem trabalhando para reintrodução da
espécie na natureza. Repatriados da Association for the Conservation of
Threatend Parrots (ACTP), uma associação alemã que detinha grande número de
espécies da ararinha-azul, dos 52 animais que vieram para o país, 14 deles
estão em pares dispostos em um recinto para reprodução.
“O
acordo foi estabelecido entre ICMBio e ACTP em 2019 para construção de um
centro de reprodução no interior do Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul,
unidade de conservação federal criada em 2018 para abranger a população a ser
reintroduzida”, explicou Lugarini.
Atualmente
são aproximadamente 240 animais dessa espécie no mundo e todos estão em
cativeiro. Segundo a analista do ICMBio, entre 2019 e 2020 foram registrados 18
nascimentos no criadouro Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais.
“Mas
este é o primeiro nascimento na sua área de ocorrência histórica, [na Bahia].
Os animais em cativeiro estão na Alemanha, Bélgica e Singapura. No Brasil, existem
dois criadouros: um em Minas Gerais e outro na área de distribuição original,
que é o norte da Bahia”, afirmou.
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