Chove
forte na região desde a última segunda-feira, 8. Segundo o Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), uma estação registrou 34
milímetros de chuva nas últimas 24 horas. A média histórica da região é de 54
milímetros.
As fortes chuvas que estão
sendo registradas desde a segunda-feira, 8, na região do Sertão da Bahia,
deixou moradores das cidades de Pedro Alexandre e Coronel João Sá em estado de
calamidade. Nesta quinta-feira, 11, uma barragem situada em Pedro Alexandre, rompeu
e a água invadiu a cidade de Coronel João Sá.
Pedro Alexandre e Coronel
João Sá são vizinhas, apenas 46km distancia uma da outra. Os municípios baianos
fazem divisas com o Estado de Sergipe. A cidade de Pedro Alexandre fica há
cerca de 161km de Delmiro Gouveia-AL.
Segundo informações, nenhuma
pessoa ficou ferida. A Defesa Civil agiu rapidamente e tirou cerca de 100
famílias que residem as margens da Barragem Quati. Como as águas invadiram
parte da cidade de Coronel João Sá e chegaram ao Rio do Peixe, cerca de 300
famílias tiveram que desocupar as suas casas.
Segundo a Defesa Civil de
Pedro Alexandre e a Secretaria de Comunicação de Coronel João Sá, a barragem de
Quati transbordou por volta das 6h desta quinta, e se rompeu às 11h.
Já o Governo do Estado disse
que não houve rompimento. O G1 questionou se técnicos do estado estiveram no
local para constatar que não houve rompimento. No entanto, o governo respondeu
que a posição oficial é que não houve colapso na estrutura, mas não detalhou o
que de fato aconteceu, e nem como se chegou a essa conclusão.
O Estado ainda disse que a
barragem foi construída pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car)
e entregue em novembro de 2000 à Associação de Moradores da Comunidade de
Quati. O governador Rui Costa vai visitar as duas cidades atingidas na sexta-feira
(12).
Segundo o Estado, foram
enviados para a região equipes do Corpo de Bombeiros, técnicos da Defesa Civil
Estadual e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O
governador Rui Costa disse, também, que serão enviados mantimentos e água
mineral para a cidade de Coronel João Sá, a mais afetada pela situação.
Em nota, o Ministério do
Desenvolvimento Regional falou em rompimento da barragem e informou que equipes
da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) falou estão acompanhando
a situação do rompimento da barragem Quati.
Ainda conforme o Ministério,
no início da tarde, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
(Cenad) enviou um alerta por SMS à população de Coronel João Sá recomendando a
evacuação de áreas próximas ao Rio do Peixe.
Também em nota, a Agência
Nacional de Águas (ANA) disse que, por se tratar de uma barragem em rio
estadual, não é responsável pela fiscalização. A ANA ainda afirmou que,
guardando as devidas atribuições dos órgãos regionais, acompanha a situação.
Pedro Alexandre tem cerca de
16,7 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Já Coronel João Sá tem cerca 17 mil. Chove forte nas duas cidades há,
pelo menos, cinco dias.
Segundo a Defesa Civil de
Pedro Alexandre, de segunda-feira (8) até esta quinta choveu 180 milímetros na
cidade. Em menos de 24 horas (entre quarta e quinta-feira), o volume de chuva
no município foi de 100 milímetros. Não há detalhes do previsto para a região
nesses dias.
Em Coronel João Sá, segundo
o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), uma estação
registrou 34 milímetros de chuva nas últimas 24 horas. A média histórica da
região é de 54 milímetros.
Conforme o Inema, a previsão
é que as chuvas continuem nas duas cidades até a próxima quarta-feira (17), mas
em menor intensidade do que nos últimos dias.
De acordo com Karla Leão,
coordenadora da Defesa Civil em Pedro Alexandre, algumas casas que ficam no
povoado de Quati foram tomadas pela água que se misturou à lama.
"Algumas casas foram
invadidas, mas não teve feridos. Ainda não conseguimos contato com esses
moradores porque o povoado está ilhado. Tem muita lama e água no caminho.
Apesar disso, sabemos que eles não foram atingidos porque entramos em contato
antes, e eles deixaram as casas antes do rompimento", afirmou a
coordenadora.
A Defesa Civil local
informou que acionou o Corpo de Bombeiros de Paulo Afonso para ajudar nos
atendimentos da região, mas as equipes não conseguiram chegar por causa das
estradas que ficaram bloqueadas após a enchente.
"O Corpo de Bombeiros
não conseguiu chegar porque não teve acesso pela BR que está inundada. Com
isso, nós solicitamos um helicóptero para ter acesso ao local. Conseguimos
fazer o alerta para a população de Coronel João Sá com carros de som nas ruas,
com ajuda da polícia e das secretarias da prefeitura", disse a Karla Leão.
A coordenadora da Defesa
Civil de Pedro Alexandre ainda informou que as equipes da prefeitura fazem o
monitoramento da situação nos locais mais atingidos via telefone, justamente
por causa da dificuldade de locomoção na cidade.
"Estamos acompanhando a
situação via telefone, porque estamos ilhados, sem poder passar para o povoado.
A informação que temos é de três casas alagadas e essas famílias que ficaram
desabrigadas foram para casas de parentes. Algumas pessoas estão abrigadas no
Centro de Referência de Pedro Alexandre", disse.